O dono de um pequeno comércio, amigo do
poeta Olavo Bilac (1865-1918), uma das maiores figuras do parnasianismo
brasileiro, abordou-o na rua:
– Senhor Bilac, preciso vender meu sitio,
aquele que o senhor conhece tão bem. Será que poderia redigir um anúncio para o
jornal?
Bilac apanhou o papel e escreveu:
"Vende-se encantadora propriedade,
onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por
cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente
oferece a sombra tranquila das tardes na varanda".
Meses depois, Bilac voltou a encontrar o
homem e perguntou se havia vendido o sitio.
– Nem pensei mais nisso, respondeu ele. –
Quando li o anúncio percebi a maravilha que tinha. Às vezes desprezamos as
coisas boas que possuímos e vamos atrás da miragem de falsos tesouros.
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Olhe em sua volta, valorize o que tem, as
pessoas amadas, os amigos com os quais pode de fato contar, o conhecimento que
adquiriu, sua boa saúde e as belezas da vida, que são verdadeiramente seu mais
precioso tesouro.
Autor: Desconhecido
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