sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Conto: Olaff, O Lobo - Por W. Valek



Escuridão opaca, estrelas no céu começam a desaparecer. Uma luz fantasmagórica surge no horizonte, uma doentia luz com um pequeno toque de vermelho trazendo um prenúncio de morte, aquele dia vindouro. Os lobos se agitam, uma voz jovem me chama tirando-me do grande contemplativo de minhas orações, meus filhos me chamam à guerra em quanto Ruggin e Munim levam minhas palavras ao pai de todos.

Meu cavalo, parceiro de várias batalhas pisoteia o chão e resfolega ansioso pelo cavalgar livre e o pisotear de homens. Ao montar, acaricio sua crina dourada dando tapinhas no pescoço, e pergunto se hoje ele me levará ao Valhalla, se hoje estaremos cavalgando a ponte Bifrost rumo a morada de Odin.

Um servo trás meu machado abre rombo, nome adequado para arma tão letal. Dois sax na cintura como as presas de uma besta, elmo na cabeça com uma poderosa carranca de lobo a rugir. Ergo a espada aos céus, ragnarok é seu nome, o fim de tudo para aquele que sua lâmina beijar. Por último, o símbolo do lobo na bandeira professa minha chegada, Olaff Olaffson o lobo, o homem fera, o troca peles, Olaff o lobisomem e não menos Olaff o rei.

Meu cavalo me guia até a beira de um patamar, uma poderosa parede de escudos se forma a frente de meus homens, mas com a minha chegada somos como o lobo gigante que engole o sol, e aterrorizados os rivais com nosso número, os lobos aos meu pés uivam, berserkes se juntam a minha linha de frente, meus filhos a cavalo na minha reta guarda e os lobos comigo, firmes os 7 brutos. Minha parede de escudos recua e forma duas colunas em v de cada lado,  tornando-se duas grandes presas prestes a morder.

A manhã cinzenta e fria trás a chuva fina, tilintando na armadura e no meu elmo, com um ritmo quase pacifico. Então estronda o trovão. Thor falou e eu obedeço.

Sorrindo algo como se eu mesmo fosse o deus do trovão, comando o ataque, os berserkers correm em duas filas, na ponta da fila vai um grande escudo feito como a ponta de uma flecha, e la vão eles como duas poderosas serpentes. O ataque direto a barreira de homens a frente, os demais da fila firmam a força nos homens de escudos, quebrando assim a resistência  das três camadas de homens que mantém  a barreira inimiga. Os beserkers entram nas fileiras laterais como uma lâmina retorcida e cheia de curvas, causando um corte sem uniformidade, deixando-os incapazes de refazer a parede de escudos.
        
O caos reina, esporeio o cavalo, que dispara em seu galope mais animado, e assim vou de armas em punho e urrando feroz, levando a morte e o terror comigo patamar abaixo. Ao trespassar a linha dos homens meu machado morde a cabeça de um desavisado a minha esquerda, o doce sabor da primeira morte, um crânio afundando sob a lâmina de abre rombo, a espada vibrando pedindo sangue logo é estocada na garganta de um homem quase tão alto quanto eu, uma marretada era para ser um presente para mim, mas não seria agora a hora de ir ao Castelo dos Mortos.

Os lobos fizeram uma trilha de sangue e tripas onde passavam nas fileiras, meus filhos no meu suporte varriam de mim qualquer tentativa de ataque traiçoeiro, as presas formadas por meus homens abocanhavam os homens que se fecharam numa barreira circular. A batalha acabaria rápido, pois mais ondas de homens vinham do patamar em furiosa glória. Todos sabiam que os deuses nos viam.

O barulho da guerra aos poucos vai silenciando como um rio caudaloso pela enchente, secando no verão. Homens morrem e homens se rendem, o único barulho que vem após é o júbilo dos guerreiros. Água da chuva escorre em minha barba, a boca seca por cerveja, a virilha queimando por uma mulher, coração batendo enchendo meu corpo de vida, deve ser assim que um deus se sente, e mais um uma vez o trovão vem confirmar meu pensamento. Hoje diante da morte mais uma vez eu fui um deus, deleguei a morte e permito a vida, em troca de juramentos e devoção.

Velhas cicatrizes me dizem que essa é uma vida dura, mas todas elas também me falam das alegrias e recompensas de uma vida de labor, e assim deve ser e assim será.

W. Valek


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Lançamento: Mangá - Mercenário$ Vol. 1 - Jambô Editora.


Olá pessoal. O ano mal começou e olha só que lançamento bacana a Jambô Editora preparou para os amantes de quadrinhos, o mangá Mercenário$, dos autores Fran Briggs e Anna Giovannini.

Um pouco da obra.
Pai e filho disputam a soberania de Agameron, um reino ancestral.
Um filho bastardo carrega consigo a marca de um Pacto Sagrado rompido.
E Domenik Windslasher, um mercenário de índole questionável, é contratado para uma missão que mudará o destino do mundo.
Carregada de um humor cínico, para aqueles que desejam mais do que os heróis certinhos de sempre, Mercenário$ apresenta uma série adulta e irreverente de fantasia medieval.

Segue abaixo o link para você já adquirir o seu.


O mangá terá 96 páginas, com capa em brochura e dimensões de 13,5 x 19 cm.


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